Gravámos a data “12 de junho de 2014” como data oficial mas o amor – ah, e que amor tão belo – esse começou à primeira vista.

Eu não acreditava em histórias de amor, não percebia porque é que as pessoas davam tanto significado ao casamento e aos planos para uma vida a dois. Quando me falaram da Isabel, em março de 2014, eu parei no tempo e não desisti até a levar ao cinema, em maio. O filme não prestava, passámos o tempo a conversar. Eram 21H e não havia mais ninguém na sala. Os olhos verdes dela brilhavam com a luz do ecrã e eu ficava vidrada nela. Aqueles olhos tinham tanto para contar, tanto para amar… Ela aparentava ser frágil, mas era a mulher mais forte que eu já tinha conhecido. Tinha medo de se entregar, porque estava à procura de algo sério. Nessa mesma noite, ficámos até às quatro da manhã no carro a conversar. Eu não queria sair de perto dela. Mal nos conhecíamos e parecia que já tínhamos uma ligação muito forte. No dia seguinte repetimos. Acabámos a noite com um jogo de perguntas para nos conhecermos. Eu não sei o que se passou comigo, não sou de me agarrar muito às pessoas, mas a partir desse momento nunca mais passámos um único dia sem falar. Só queria estar perto dela e ouvir tudo o que ela tinha para contar, ainda para mais com aquele sotaque de vimaranense que deixa qualquer uma derretida. Era tudo tão recente mas foi ela que me fez logo perceber que não devemos viver escondidos. Somos o que somos e devemos ter orgulho nisso. Sem nos apercebermos, apaixonamo-nos. Passámos tardes a passear e a tirar fotografias a cada sítio novo que íamos. Em menos de um mês, pedia-a em namoro, não fosse ela achar que eu era só mais uma e ainda me largava. Eu até tinha medo de lhe confessar o quanto ela me fazia bem, o quanto eu a queria por perto. As pessoas diziam “isso é paixão, e a paixão não dura, a paixão não leva ao amor, a paixão é um sentimento passageiro” mas enganam-se: é amor, desde o primeiro dia.

Daniela